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segunda-feira, 15 de novembro de 2010

SEDE DE DEUS


Sede de Deus
Fábio José

Não é fácil admitir que temos sede. Fontes falsas aclamam nossa sede com goles açucarados de prazer. Mas chega o momento em que o prazer não satisfaz. Vem a hora tenebrosa da vida em que o mundo cai e somos soterrados nos escombros da realidade, chamuscados e moribundos.
Somos um grupo de esfarrapados, unidos por sonhos irrealizados e promessas fracassadas. Riquezas que nunca acumulamos. Famílias que nunca construímos. Promessas que nunca cumprimos. Crianças de olhos arregalados soterradas no subsolo de nossos próprios fracassos.


Estou com muita sede!


Não é sede de fama, riqueza, paixão ou romance. Já bebemos de tudo isto. São águas amargas no deserto. Elas não matam a sede - elas matam a nós.


"Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça..."


Justiça. Isto mesmo. É disto que tenho sede. Tenho sede de uma consciência tranqüila. Desejo uma vida limpa. Quero um novo começo. Peço que uma mão entre na escura caverna de minha vida e faça por mim uma coisa que não posso fazer — tornar-me reto novamente.


 "Se alguém tem sede, venha a mim e beba"


Por muitas gerações, os judeus comemoravam a Páscoa, sacrificando um cordeiro. Todo ano o sangue era derramado, e todo ano o livramento era celebrado. A lei exigia o sangue de um cordeiro. Isto era suficiente. Era suficiente para cumprir as exigências da lei. Era bastante para atender ao mandamento. Era suficiente para atender à exigência da justiça de Deus. Mas não era suficiente para retirar o pecado.


"... porque é impossível que o sangue de touros e de bodes tire pecados."


Os sacrifícios podiam oferecer soluções temporárias, mas somente Deus pode oferecer solução eterna. Assim Ele o fez.

"... Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna". 

Debaixo dos escombros de um mundo decaído, Ele feriu suas mãos. Nos destroços de uma humanidade Ele feriu o seu lado. Seus filhos estavam soterrados, então ele lhes deu seu próprio sangue. Era tudo o que ele tinha. Seus amigos tinham desaparecido. Suas forças estavam diminuindo. Seus bens haviam sido roubados. O próprio Pai lhe havia escondido o rosto. Seu sangue era tudo o que tinha. Mas seu sangue foi suficiente.


"Isto é o meu sangue, o sangue do pacto, o qual é derramado por muitos para remissão dos pecados", declarou Jesus.


E sua mão foi ferida,
o sangue derramado,
e os filhos foram salvos.







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