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sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

DOMINGO OU SÁBADO?


DOMINGO OU SÁBADO?
Por Fabio Almeida
Minha irmã é católica e me passou um texto onde um professor de teologia, católico, tenta justificar a mudança da guarda do sábado para o domingo. Para justificar ele usa livros apócrifos e alguns versículos bíblico. Analisarei a seguir, o texto.

Por que a Igreja guarda o Domingo e não o Sábado?

O motivo mais importante é que Jesus Cristo ressuscitou no Domingo, inaugurando a “nova Criação” libertada do pecado. Assim o Domingo (= dominus, dia do Senhor) é a plenitude do Sábado judaico. Sabemos que o Antigo Testamento é um figura do Novo; o Sábado judaico é um figura do Domingo cristão. O Catecismo da Igreja assim explica:

§2175 – “O Domingo distingue-se expressamente do sábado, ao qual sucede cronologicamente, cada semana, e cuja prescrição ritual substitui, para os cristãos. Leva à plenitude, na Páscoa de Cristo, a verdade espiritual do Sábado judaico e anuncia o repouso eterno do homem em Deus. Com efeito, o culto da lei preparava o mistério de Cristo, e o que nele se praticava prefigurava, de alguma forma, algum aspecto de Cristo (1Cor 10,11)”.

Os Apóstolos celebravam a Missa “no primeiro dia da semana”; isto é, no Domingo, como vemos em At 20,7: “No primeiro dia da semana, estando nós reunidos para a fração do pão…” Em Mt 28, 1 vemos: “Após o Sábado, ao raiar o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria vieram ao Sepulcro…” Em Ap 1, 10, São João fala que “no dia do Senhor, fui movido pelo Espírito…” e a coleta era feita “no primeiro dia da semana” (1Cor 16,2).

Referencias Apócrifas usadas pelo autor do artigo: 
(entenda por que esses livros são apócrifos no fim do post)


A Epístola de Barnabás (74 d.C.) um dos documentos mais antigos da Igreja, anterior ao Apocalipse, dizia: “Guardamos o oitavo dia (o domingo) com alegria, o dia em que Jesus levantou-se dos mortos” (Barnabás 15:6-8).

Santo Inácio de Antioquia (†107), mártir no Coliseu de Roma, bispo, dizia: “Aqueles que viviam segundo a ordem antiga das coisas voltaram-se para a nova esperança, não mais observando o Sábado, mas sim o dia do Senhor, no qual a nossa vida foi abençoada, por Ele e por sua morte” (Carta aos Magnésios. 9,1).

“Devido à Tradição Apostólica que tem origem no próprio dia da ressurreição de Cristo, a Igreja celebra o mistério pascal a cada oitavo dia, no dia chamado com razão o dia do Senhor ou Domingo” (SC 106). O dia da ressurreição de Cristo é ao mesmo tempo “o primeiro dia da semana”, memorial do primeiro dia da criação, e o “oitavo dia”, em que Cristo, depois do seu “repouso” do grande Sábado, inaugura o dia “que o Senhor fez”, o “dia que não conhece ocaso”. (Cat. §1166)

São Justino (†165), mártir, escreveu: “Reunimo-nos todos no dia do sol, porque é o primeiro dia após o Sábado dos judeus, mas também o primeiro dia em que Deus, extraindo a matéria das trevas, criou o mundo e, neste mesmo dia, Jesus Cristo, nosso Salvador, ressuscitou dentre os mortos“ (Apologia 1,67).

São Jerônimo (†420), disse: “O dia do Senhor, o dia da ressurreição, o dia dos cristãos, é o nosso dia. É por isso que ele se chama dia do Senhor: pois foi nesse dia que o Senhor subiu vitorioso para junto do Pai. Se os pagãos o denominam dia do sol, também nós o confessamos de bom grado: pois hoje levantou-se a luz do mundo, hoje apareceu o sol de justiça cujos raios trazem a salvação.” (CCL, 78,550,52)

Desta forma a Sagrada Escritura e a Sagrada Tradição da igreja Apostólica nos mostram porque desde a Ressurreição do Senhor a Igreja guarda o Domingo como o Dia do Senhor.

Prof. Felipe Aquino

  • Analisando os argumentos:
“O Domingo distingue-se expressamente do sábado, ao qual sucede cronologicamente, cada semana, e cuja prescrição ritual substitui, para os cristãos. Leva à plenitude, na Páscoa de Cristo, a verdade espiritual do Sábado judaico e anuncia o repouso eterno do homem em Deus.”

Que confusão!!! De onde tiraram isso? Não tem fundamento bíblico.

Não existe um oitavo dia. A verdade é que no domingo era comemorado o dia do deus sol "Sol Invictus" (Sol invencível) como demonstrou Gaston H. halsberghe em sua tese, "Predominou em Roma e em outras partes do império a partir da primeira parte do 2º século da era cristã" . O deus sol invencível se tornou o chefe do panteão romano e passou a ser adorado principalmente no "Dies Solis" esto é, o dia do sol, conhecido em nosso calendário como domingo. Na mitologia grega o Sol Invictus era venerado e recebia o nome de Apolo, o deus sol.(pg 72) 
  • Analisando as referencias bíblicas:
1 – “Com efeito, o culto da lei preparava o mistério de Cristo, e o que nele se praticava prefigurava, de alguma forma, algum aspecto de Cristo (1Cor 10,11)”.

Argumento refutado. Pois este versículo refere-se às desgraças que acontecerão ao povo no deserto por eles terem desobedecido a Deus, idolatrando, murmurando e não guardando os mandamentos. Isso foi escrito para que nós não fizéssemos como eles.

“Todas estas desgraças lhes aconteceram para nosso exemplo; foram escritas para advertência nossa, para nós que tocamos o final dos tempos. (1 Cor. 10:11-12 versão católica)”

2 – Os Apóstolos celebravam a Missa “no primeiro dia da semana”; isto é, no Domingo, como vemos em At 20,7: “No primeiro dia da semana, estando nós reunidos para a fração do pão…”

De fato há uma reunião dominical, mas o contexto mostra claramente que não se trata de uma celebração eucarística costumeira, muito menos uma "missa", e sim em uma reunião de despedia por causa da partida do apóstolo Paulo de Trôade.

“No primeiro dia da semana, estando nós reunidos para partir o pão (fazer uma refeição), Paulo, que havia de viajar no dia seguinte, conversava com os discípulos e prolongou a palestra até a meia-noite.” (Atos 20:7 versão católica. Grifo meu)
O termo “partir” (klau) e “pão” (atros) ocorrem 15 vezes no novo testamento e em 9 vezes expressa o ato de fazer uma refeição. (Mat.14:19; 15:36; 26:26, Mc. 8:6; 8:19; 14:22, Luc. 22:19; 24:30; 24:35).

3 – Em Mt 28, 1 vemos: “Após o Sábado, ao raiar o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria vieram ao Sepulcro…”

Esse versículo reafirma que o cristão da igreja primitiva, inclusive Jesus, Maria, e os Apóstolos observavam o sábado. Jesus morreu e foi sepultado na sexta feira, Maria Madalena e Maria mãe de Jesus ficaram um pouco velando o sepulcro e foram embora  guardar o sábado em casa, e só voltou ao sepulcro no domingo com a intenção de ungir o corpo de Cristo. O próprio Jesus guardou o sábado na sepultura, caso contrario ele teria ressuscitado no sábado mesmo e não esperaria até o domingo.

“e o depositou num sepulcro novo, que tinha mandado talhar para si na rocha. Depois rolou uma grande pedra à entrada do sepulcro e foi-se embora. Maria Madalena e a outra Maria ficaram lá, sentadas defronte do túmulo (isso foi na sexta). No dia seguinte - isto é, o dia seguinte ao da Preparação (no sábado) -, os príncipes dos sacerdotes e os fariseus dirigiram-se todos juntos à casa de Pilatos.” (Mateus 27:60-62 versão católica, grifos meus)
“Depois do sábado, quando amanhecia o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o túmulo.” (Mateus 28:1-2 versão católica).


4 - Em Ap 1, 10, São João fala que “no dia do Senhor, fui movido pelo Espírito…”

Este argumento é fraco e incoerente, pois se refere ao “dia do Senhor” não ao domingo.
O termo “Dia do Senhor” sempre aparece em toda a bíblia como referencia ao sábado e em alguns casos como o dia do juízo de Deus. Na minha sincera opinião, ele fala que foi movido no espirito “para o dia” dos acontecimentos finais, já que o livro dele (Apocalipse) fala disso.

"No dia do Senhor achei-me no Espírito e ouvi por trás de mim uma voz forte, como de trombeta, ( Apocalipse 1:10-11)

“Se te abstiveres de calcar aos pés o sábado, de cuidar de teus negócios no dia que me é consagrado, se achares o sábado um dia maravilhoso, se achares respeitável o dia consagrado ao Senhor, se tu o venerares não seguindo os teus caminhos, não te entregando às tuas ocupações e às conversações,” (Isaías 58:13-14 versão católica)

“Porque está próximo o dia, está próximo o dia do Senhor, dia carregado de nuvens, dia marcado para as nações.” (Ezequiel 30:3 versão católica)

“Eis que se aproxima o grande dia do Senhor! Ele se aproxima rapidamente. Terrível é o ruído que faz o dia do Senhor; o mais forte soltará gritos de amargura nesse dia. Esse dia será um dia de ira, dia de angústia e de aflição, dia de ruína e de devastação; dia de trevas e escuridão, dia de nuvens e de névoas espessas,” (Sofonias 1:14-15 versão católica)

“Eis que virá o dia do Senhor, dia implacável, de furor e de cólera ardente, para reduzir a terra a um deserto, e dela exterminar os pecadores.” (Isaías 13:9 versão católica)

5 – e a coleta era feita “no primeiro dia da semana” (1Cor 16,2).

Argumento inválido. Acima de tudo devemos observar que o texto fala de um modelo organizado de coleta sugerido por Paulo, e não em reuniões ecumênicas. Já que era proibido fazer coleta no sábado, é logico que Paulo indicou o 1º dia da semana, pois daria tempo de coletar até à sexta, Outro detalhe importante é que a coleta era feita em casa (par’heauto) e de forma individual, uma pessoa ia de casa em casa fazendo a coleta. Isso nada tem a ver com guarda de domingo.

Quanto à coleta em benefício dos santos, segui também vós as diretrizes que eu tracei às igrejas da Galácia. No primeiro dia da semana, cada um de vós ponha de parte o que tiver podido poupar, para que não esperem a minha chegada para fazer as coletas.(1 Coríntios 16:1-3 versão católica)


Conclusão
Para entendermos as escrituras, devemos sempre ser sinceros e isentos, e ler o texto em seu contexto, pois o texto fora do contexto é um pretexto para apoiar essas fabulas. A Escritura Sagrada é clara e evidente, portanto devemos estuda-la e entende-la como ela é. Somente os livros de profecia precisa de interpretação.
Nenhuma das 5 referencias bíblicas citadas pelo autor, justificou o seu argumento de que, o sábado que Deus separou e santificou, mudou para domingo.
A palavra sábado aparece na bíblia cerca de 150 vezes dependendo da tradução, e a ordem direta de Deus para guardarmos esse dia é explicita toda vez que esse nome aparece, já o nome domingo é não aparece nenhuma vez.
Então eu acho mais coerente acreditar e obedecer ao que está na bíblia que acreditar em fabulas sem fundamentos bíblicos. Se fosse a vontade de Cristo que celebrássemos o dia da sua ressurreição Ele teria dito aos seus Apóstolos ou, com certeza, teria feito isso junto com eles antes de subi ao céu.

O autor desse artigo intitulou Por que a Igreja guarda o Domingo e não o Sábado?” Mas ele usa de recursos extra bíblico para apoiar suas respostas. 

Entretanto usarei exclusivamente as escrituras para responder:

“Porque virá tempo em que os homens já não suportarão a sã doutrina da salvação. Levados pelas próprias paixões e pelo prurido de escutar novidades, ajuntarão mestres para si. Apartarão os ouvidos da verdade e se atirarão às fábulas.(2 Timóteo 4:3-5 versão católica)
“Proferirá insultos contra o Altíssimo, e formará o projeto de mudar os tempos e a lei; e os santos serão entregues ao seu poder durante um tempo, tempos e metade de um tempo.” (Daniel 7:25-26 versão católica).

APÓCRIFOS
Pra mim, o que vale é o que esta nas Escrituras e somente nela. Os demais são apócrifos e não são dignos de credito. Por isso não considerarei e nem comentarei sobre eles. Somente vou deixar um texto que mostra que ate mesmo a igreja católica no principio, era contra esses apócrifos. 


O papa Gelásio, entre 494 e 496 d.c promulgou um decreto intitulado Decrtum de Libris Canonicis Ecclesiasticis et Apocryphis, no qual estabelece oficialmente a distinção entre os livros Canônicos, que devem ser aceitos pela igreja e os Apócrifos, que devem ser rejeitados.

“Estes escritos e outros semelhantes [...] não foram apenas rejeitados, mas também banidos de toda a igreja Apostólica e Romana; e seus autores e seguidores, condenados para sempre sob o vínculo indissolúvel de anátema”. (D.L.C.A. Pg28).

Por volta de 520 d. c o papa Hormisda ratificou todos esses decretos contidos nesse livro.

Os verdadeiros Apóstolos de Cristo também condenavam essas escrituras Apócrifas, veja o que eles diziam a respeito:

“Quanto às fábulas profanas, esses contos extravagantes de comadres, rejeitam-nas.”(1 Timóteo 4:7-8 versão católica)

“Na realidade, não é baseando-nos em hábeis fábulas imaginadas que nós vos temos feito conhecer o poder e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, mas por termo visto a sua majestade com os nossos próprios olhos.” (2 Pedro 1:16-17 versão católica)
“e a preocupar-se com fábulas e genealogias. Essas coisas, em vez de promoverem a obra de Deus, que se baseia na fé, só servem para ocasionar disputas.” (1 Timóteo 1:4-5 versão católica)

Finalizo com um versículo que expressa bem o que eu penso sobre essas "fabulas" que os lideres de algumas igrejas tentam nos impor.

"Pedro e os apóstolos replicaram: Importa obedecer antes a Deus do que aos homens." (Atos 5:29-30 versão católica).


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